Guardado a 7 chaves

João Kleber revela ter reality que chegou a ser oferecido para a Record: "É uma porrada"

Projeto foi feito a seis mãos no fim dos anos 2000. Em longa entrevista, João Kleber revisita a carreira desde os tempos de Chacrinha até o Para Aqui, seu atual programa na RedeTV!


João Kleber na RedeTV! em 1999, atualmente e fazendo o "para" "para" "para"
João Kleber tem projeto de reality jamais feito; projeto foi oferecido para a Record antes de A Fazenda - Foto: Montagem/NaTelinha
Por Thiago Forato

Publicado em 12/06/2025 às 00:20,
atualizado em 12/06/2025 às 11:46

Apresentador que praticamente ajudou a fundar a RedeTV! e estreou com ela em 1999, João Kleber tem um projeto de reality show guardado a sete chaves. Ele foi oferecido à Record antes de A Fazenda desembarcar no canal. "O programa é uma porrada. Você pode botar isso aí. De 0 a 10, é 8", garante.

A revelação foi feita em uma longa entrevista ao NaTelinha publicada no YouTube (vídeo ao fim da matéria) e que também aparece aqui em formato de texto. João Kleber é o oitavo convidado de uma série de 20 entrevistas com personalidades que fizeram ou fazem a história da nossa TV neste mês que marca as duas décadas do site.

Ex-diretor de Silvio Santos relembra correria por gravata florida e vício de Gugu por Ibope

Diretor do Domingão recorda programa após morte de Silvio Santos: "Uma das coisas mais difíceis que fiz"

Com mais de quatro décadas de carreira, o apresentador recorda quando dividiu o palco com Chacrinha (1917-1988), a saída da Globo, as quase três vezes que esteve para ser contratado pelo SBT, agem por Portugal e retorno ao Brasil com formatos que o consagraram. Sua agem por A Fazenda, aliás, não foi esquecida. "Eu apresentaria com um pé nas costas", diz ele, que afirma ter conseguido entender rapidamente como a atração funcionava.

João Kleber atualmente comanda o Para Aqui aos domingos na RedeTV!. Em um horário historicamente acirrado, ite que a briga não é das mais fáceis. "Na minha frente tem McLaren, Ferrari, Lotus, Red Bull, e atrás eu venho com um Fusquinha", compara.

Confira:

NaTelinha - Como é que é estar no horário mais disputado da televisão, que é o domingo à noite, agora com o programa Para Aqui na RedeTV!. E como é que a RedeTV! te encomendou? Me conta as vésperas, os bastidores...

O Para Aqui vem num horário extremamente competitivo. Eu sempre gosto de desafios. E eu gosto dos desafios que a RedeTV! me coloca. Desde quando eu já estava na Globo, já eram desafios. Quando o Boni chegou para mim e falou: 'Você vai apresentar o programa do Chacrinha'. Pô, tremendo desafio. Apesar que o programa já tinha uma tremenda audiência, mas apresentar o programa, inclusive, com o Chacrinha já era um desafio.

Aí depois eu vou para Portugal. Estive na TVI, era um grande desafio. Aí eu vou para Portugal, chego em Portugal em 2005, quando todo mundo pensa e todo mundo fala: 'Você não fica um mês lá'. Eu fui competir justamente às sextas-feiras com a maior audiência da concorrência, que era o Herman José, que trabalhava na SIC, que é concorrente direto da TVI, que a SIC é parceira da TV Globo. Então o Herman, era absoluto na liderança. E aí o Fiel ou Fiel conseguiu se tornar líder da audiência também lá em Portugal. Então, agora, o que acontece?

A RedeTV!, obviamente... Hoje o mercado é diferente e os meus concorrentes ali já vêm com audiência lá para cima. Pego o Luciano Huck, futebol começando. A Record com o futebol a 6,5 que é uma coisa brutal de audiência. Embaladíssimo, já vem com o sucesso do Tom. E ali, inclusive é a briga da Record e Globo, brigando pela liderança. Temos ali o SBT com a Patrícia. Também bombando ali. A Bandeirantes, já há três anos, vindo com o Perrengue. E depois, com a programação dela que segue com o Neto. E eu, como é que eu venho? Eu venho de zero.

Eu me sinto o seguinte, eu me sinto, eu indo na Fórmula 1, eu fui promovido para a Fórmula 1, eu estava na Fórmula B, aí fui para a Fórmula 1. Só que é o seguinte, na minha frente tem McLaren, Ferrari, Lotus, Red Bull, e atrás venho eu com Fusquinha, entendeu? Então, vamos embora, não tem problema, faz parte do negócio. Porque eu venho com a programação pegando realmente de zero, então eu tenho que escalar. Eu venho em último. Então eu tenho que buscar. Então isso é uma coisa que, ao mesmo tempo, é desafiador, é complicado.

Obviamente que a gente tem uma verba de produção completamente diferente das concorrentes. Eu tenho uma equipe muito, muito, muito coesa, uma produção muito unida, graças a Deus, com a direção do Rafael Paladia. Tenho o apoio da Andrea Dallevo, ela que solicitou esse programa para mim e para o Rafael. Então, a gente tem esse apoio da direção da emissora. Mas a gente tem que ver a realidade. E ela mesma também sabe disso. Mas nós vamos buscar. Então, o que eu posso dizer sobre o Para Aqui? O piloto que foi para o ar no dia 23 de março, e a gente vem galgando.

E vem testando quadros, vem testando coisas. Então a gente está pilotando a máquina, testando o motor da máquina em plena prova.

João Kleber revela ter reality que chegou a ser oferecido para a Record: \"É uma porrada\"

NaTelinha - Em quanto tempo você teve que formatar esse programa, João? Quanto tempo você ficou sabendo antes da estreia de que teria um programa dominical de três horas?

Era para ser de duas horas.

NaTelinha - Era para ser de duas?

De duas horas. Aí, em 10 dias, aumentou para três horas. É desafiador para a direção da emissora, é desafiador para mim, para o Rafael Paladia, para toda a equipe. E eu acho isso muito legal, eu acho que isso me motiva também, isso me deixa mais criativo, a minha equipe é bem criativa também.

Então, nós estamos trabalhando com a criatividade, nós estamos trabalhando com o talento da minha produção e também com a colaboração de alguns colegas profissionais, humoristas, a parte cenográfica, fizeram um cenário em tempo recorde também. É bonito. Foi muito bonito, muito bonito. Toda a parte operacional também se comprometeu. E é isso, então, nós temos aí bons profissionais, lógico, excelentes profissionais, que estão tentando comigo botar esse programa para cima. Eu acho que, obviamente, a gente tem que também ser frio e sincero. Aquilo que eu disse, é uma briga até desigual com a concorrência, para a gente analisar bem, mas é aí que se torna desafiador

Agora, o meu objetivo é fazer um programa leve, descontraído. Estamos tentando fazer um programa para o público da TV aberta do horário. E o que eu te disse, nós vamos testando quadros, vamos testando situações, testando formatos, e o que é mais importante, são formatos da própria equipe de produção comigo. Eu acho isso legal. É porque nós não temos verba para comprar formatos. É o caso, por exemplo, da Globo, que compra formatos para o programa do Luciano. O SBT compra formatos para os programas, tirando a Patrícia, que ela tem os próprios programas dela. Veja, por exemplo, a Record compra os seus formatos para apresentar os seus programas.

Aqui os formatos do programa são criados por nós. Ou repaginado por nós de coisas que também já foram feitas na televisão, inclusive feitas até por mim mesmo, lá na época do Te vi na TV.

NaTelinha - O logo do programa me lembra um pouco dos primórdios do Pânico, aquele tom mais cartunesco...

Sim, sim. Mas olha, começou antes do Pânico. Se você pegar lá o Te Vi Na TV, quando eu comecei em 1999, ele lembra mais. Essa era a minha pegada, era querer fazer mais um pouquinho do Te na Vi na TV, que tinha aquela parte mais cartoon.

Inclusive o cenário, tudo, alguma coisa assim. O Pânico é uma boa referência. Só que hoje, fazer um programa como era feito do Pânico, ele já não encaixa mais até da forma da linguagem. A linguagem já nem combinaria mais.

NaTelinha - Você seria preso, né?

Com certeza. Mas eu e todo mundo. O que acontece é o que nós estamos tentando trazer. É uma linguagem mais simples e mais de entretenimento para trazer para que as pessoas, aos domingos, que se torne uma coisa mais leve. Todos os programas que eu faço, eu tento fazer na contramão do que estão fazendo. Então, por exemplo, quando eu fiz o Te Vi na TV, o Teste na Fidelidade, não tinha nada parecido no horário.

Eu não queria fazer um programa que no horário estivesse similar. Quando eu fui fazer o canal aberto, mesma coisa, à tarde. Quando eu comecei o Você na TV, quando eu retornei da Europa para a RedeTV! em 2013, eu também fiz o Você na TV, os segredos, aquela coisa toda. As bizarrices, as coisas, o suspense, aquele clima todo, para ser na contramão dos horários que tinham na manhã da televisão.

Eu não vou fazer um programa igual Hoje em Dia, porque é muito bem feito. Eu não vou fazer um programa igual a da Ana Maria Braga, do Encontro, porque eles estavam já competindo com o Hoje em Dia, também muito bem feito. A Gazeta também, programa infantil. Programa feminino. A Cultura, programa infantil. E o jornalismo no SBT. Então, vou fazer um programa que é na contramão. Então, vou trazer para quem não quer ver aqueles programas ou começar a ver o nosso e vai acabar gostando. Foi o que acabou acontecendo.

Foi o sucesso do Você na TV que viralizou e ele atingiu a todas as classes e a todas as faixas etárias, de criança a idoso. Então, isso foi uma coisa. Só que o Você na TV eu tive mais tempo para criá-lo. Quando eu voltei da Europa, eu estreei primeiro o Teste de fidelidade. Retornei com o Teste. E o Você na TV eu tive pelo menos dois, três meses para formatar e formar uma equipe. Mas isso é muito legal também. Então, nós estamos pilotando, estamos mexendo na máquina em movimento em pleno avião.

NaTelinha - E você tem plano de fazer o Para Aqui ao vivo? Você acha que isso mudaria alguma coisa, não só na dinâmica, mas nos números de audiência também?

Olha, de repente pode ser até mais próximo do que a gente imagina. Pode até ser mais próximo do que a gente imagina. Eu gostaria. Agora não teria condições, porque, como eu te disse, nós estamos fazendo, estamos botando pilotos no ar, né? Então nós estamos colocando. Agora, quando ele já estiver um pouco mais enquadrado, quando ele já estiver um pouco mais desenhado, pronto... Pronto nunca, né? A gente está sempre mexendo.

Eu gostaria de fazer ao vivo. Eu acredito também que a emissora gostaria que fizesse ao vivo. Acredito, não tenho afirmação. Mas da minha parte não haveria problema nenhum. Eu nunca tive. O Te Vi na TV era ao vivo. Para mim não há esse problema, eu não tenho esse problema.

NaTelinha - A Globo não dá mais 50 com novela, os números mudaram. De que maneira isso mexe com você? Porque por mais você brigue, se esforce, não sai de 1 ou 2 pontos. Como você vê isso?

Eu não fico muito preocupado com o número de audiência. Por exemplo, eu cheguei com o Te Vi na TV das 23h e deu 19 de pico. Hoje é uma coisa impensável alguém dar 19.

NaTelinha - Nem o Fantástico dá 19.

Nem o Fantástico dá 19, né? Por exemplo, na Globo, em 90 e 91, retrospectiva, era às 23h, no dia 1º de janeiro, dava 33 pontos.

NaTelinha - Isso aí, esquece...

Esquece, esquece. Então, eu não estou mais preocupado com o número, eu estou preocupado com a classificação das emissoras. Então, por exemplo, vamos lá, o ranking. Eu estou agora preocupado com o ranking. Eu vou ficar em quinto? Eu vou ficar em quarto? Vou ficar em terceiro? Vou ficar em segundo? Vou ficar em primeiro? Então, o número já não é mais importante. Agora é o ranking. Para mim é o ranking. O ranking, para mim, é o mais importante. Então, eu tenho que começar a ganhar da Gazeta. Depois, ganhar da Cultura. Depois, ganhar da Bandeirantes. Então, eu digo isso tanto para a RedeTV!, para a diretoria, como eu conto para a minha equipe. Só que eu digo à minha equipe porque eu penso com a cabeça de Globo. Eu penso com a cabeça. Eu falo: 'Imagine que vocês estão na TV Globo, vocês têm que ser líder de audiência'.

Pensa com essa cabeça. Porque a Globo tem obrigação de ser líder de audiência. A Record tem obrigação de ser líder de audiência. O SBT tem obrigação de ser líder de audiência. Então, vamos pensar com a cabeça deles. Lógico, nós estamos na RedeTV!, uma emissora que não tem o budget que tem essas emissoras, mas é uma emissora que é querida pelo público, é uma emissora gostosa de se trabalhar. Então, vamos pensar com a cabeça como se fosse para ser primeiro lugar. E aí é que a gente vai conseguir encontrar o caminho. Temos que fazer um programa bem feito.

Bem feito dentro daquilo que a gente se propõe a realizar. Vamos fazer o arroz e feijão, é o que eu sempre digo. Vamos fazer o arroz e feijão. Vamos ver qual é o acompanhamento. Se é um bife, que tipo de bife vai ser, que tipo de carne. Vai ser uma carne de segunda? Não. Vamos fazer uma carne, não precisa ser uma carne de segunda, mas vamos botar, não precisa ser um filé mignon, mas vamos botar um alcatra, vamos botar uma picanhazinha, vamos tentar fazer uma acompanhamento legal. Ah, vai ter ovo? Sim, vamos fazer um ovinho legal, bacaninha. Então a gente vai tentando movimentar a programação, o programa, temperando ele de uma forma mais tranquila, mais serena, mais profissional.

NaTelinha - O público hoje, João, igual a gente está falando, está se dispersando demais. Você é um apresentador muito conhecido. Há 20 anos, as pessoas te conheciam por seu trabalho lá, mas hoje eu tenho certeza que muitos conhecem não pela RedeTV!, mas pelas suas visualizações na internet.

Sim, sim, sim. O que acontece é o seguinte... A TV aberta, lógico, a internet, ela chegou e ela tirou um pouco do público da TV aberta no sentido de que jovem que assistia muito mais TV aberta, que era a opção que ele tinha para assistir programação já vê muito menos, até vê, mas vê muito menos. Agora, o que aconteceu é o seguinte, o público ainda fiel à TV aberta, que é enorme, é muito. Por exemplo, você tem uma ideia? O meu programa da madrugada, o João Kleber Show, que a gente colocou como o programa da madrugada, em várias praças ele ficou em primeiro lugar. 

O que acontece é que nós precisamos fazer um programa para quem assiste a TV aberta. Então, o programa é uma hora, depois vai para outra hora de manhã. Fidelizar o horário é muito importante. Isso eu tento sempre falar para a direção da emissora, que é muito importante, fidelizar o horário. Então, a pessoa, pô, eu lembro do Teste de Fidelidade, lá em 2005, que as pessoas diziam: 'Eu chego da faculdade, o pessoal joga, vou ligar porque eu sei que vai estar o Teste de Fidelidade'. Estava assistindo o filme da Tela Quente, acabava e corria para o Teste de Fidelidade. Então, é um programa que as pessoas gostavam e as pessoas esperavam, entendeu? Então, já sabia onde estava. Então, sabia que aquele horário acontece. Então, isso é uma coisa que é muito importante para a programação de uma emissora de televisão, seja qual for a emissora de televisão, qualquer emissora, seja Globo, Record, SBT, RedeTV, Bandeirante, Gazeta, Cultura, não importa.

NaTelinha - Mas o que você acha mais difícil, você roubar esse público que está assistindo o Fantástico, a Patrícia, ou mesmo o futebol, ou fazer aquela pessoa que está com a televisão desligada e vendo internet rolando feed, ligar no seu programa? Qual o desafio é maior?

É mais difícil trazer a pessoa que está na internet. Porque aquele que já está com a TV ligada, se ele no intervalo não mudou, ele viu, gostou, ficou. Outra coisa, o boca a boca ainda funciona. Então, vocês da mídia nos ajudam muito, falando um quadro, falando outro. Por exemplo, por que foi o sucesso do Você na TV? Quem fez o sucesso do Você na TV, além da minha equipe que produziu o programa e da forma que eu conduzia, mas quem fez o programa foi justamente os memes que começaram a surgir, entendeu? Das bizarristas, das revelações, dos segredos. Tanto que hoje os segredos são tão ou mais conhecido como o Teste de Fidelidade no mundo inteiro. É uma coisa inacreditável. Então você veja, hoje os meus programas, somando pegadinha, Teste de Fidelidade e segredos, eles têm mais de 10 bilhões de visualizações na internet. Eu sempre digo que a internet é difícil migrar para a televisão, mas a televisão migra para a internet, tanto que os meus conteúdos são vistos na internet.

Então, você dá uma repaginada, dá uma editada, dá um corte melhor. Aí o cara pensa: 'Onde esse programa está?'.

Por exemplo, eu estava acompanhando Beleza Fatal. Antes de estrear na televisão aberta, eu estava acompanhando já na Max, que eu achava legal. Eu queria ver o trabalho. Inclusive, até a formação de todo o núcleo é de um grande amigo meu, que é o Silvio de Abreu, que eu conheço de muitos anos, ele viu eu iniciar a minha carreira. Por curiosidade, quis acompanhar. Então, eu ficava ali. Então, tinha vezes que eu podia segurar, pausava, tinha um compromisso, aí no dia seguinte eu continuava a ver a série. Então, isso, a internet nos ajuda e muito disso. Então, a internet vai ajudar também a programação da TV aberta. Eu acho que isso tem que ser uma coisa muito bem casada, muito bem casada.

NaTelinha - A pergunta de 1 milhão de dólares: como fazer a galera ligar a televisão, então? Principalmente aquela que nunca ligou. Tem uma geração que nunca teve uma relação com a TV aberta.

Mas esse é um grande desafio. Mas ela pode assistir a TV aberta por isso aqui, pelo celular. Hoje tem aplicativo de televisão aberta. Às vezes eu assisto algumas emissoras por aqui. Eu sou um grande consumidor de TV aberta e também da internet. Até porque eu tenho a obrigação de ter conhecimento de tudo que está rolando dentro da área de entretenimento.

Seja na TV aberta, seja na TV privada, seja no streaming, seja na internet. Não importa. Por exemplo, eu já disse isso à RedeTV! algumas vezes, que a gente poderia fazer parcerias do meu programa com o streaming, por exemplo. Com meus programas tem tudo a ver com o streaming.

Bom, aí eu resolvi, se eu pudesse fazer um espetáculo de humor, não seria stand-up, seria um programa, um show de humor mesmo. Então, aí nós estamos já praticamente definidos de estrear, talvez em setembro ou outubro, uma curta temporada, convidando alguns amigos para participar também, fazer um show de humor e também produzir esse show de humor para o streaming. Para filmar o show e distribuir no streaming.

Lembra daquele especial Amigos? Por que não de humor?

NaTelinha - Claro! Agora voltando um pouco na sua carreira, encontrei informações em jornais que davam sua contratação pelo SBT como certa no começo dos anos 90. Você chegou a dizer que o namoro estava muito sério. O que aconteceu?

Eu tive até uma conversa com o Silvio e fez essa ponte foi o Luciano Callegari na época. Estava na Globo, e aí eu virei-me para o Boni e tinha acabado de fazer o Retrospectiva, ia para o Fantástico, inclusive, para fazer um quadro no Fantástico. Só que eu achava que depois daquela experiência que tive, tinha que um apresentar o programa com o Chacrinha, eu merecia uma oportunidade de ter um programa meu. E a Globo, o Boni, na época, falou que eu tinha que esperar um pouco...

E aí eu tive essa ponte com o Silvio, e eu tive uma conversa muito legal. Por algumas vezes eu estive para ir para o SBT. Eu tive dois convites na época. Em 2002, eu estava já brigando... 2002 ou 2003. Agora eu vou fugir. Eu recebi uma proposta da Record. Uma proposta oficial. Eu recebi uma proposta da vice-presidência da Record, o presidente da Record da época, era o Denis Munhoz, e marcou até um jantar comigo, mas antes de marcar, avisei o Marcelo e o Amilcare.

Eu falei o que estava acontecendo, bom, resumindo, aí eu fiz, olha que coisa louca, eles queriam me levar, eles estavam fazendo uma acho que Fórmula Indy, eu não sei, era uma coisa automobolística aos domingos. Eu não me lembro qual era, eu sei que era uma coisa de esporte, que eles tinham esse compromisso contratual. Mas eu me lembro que na época eles iriam me levar para o domingo, para fazer um programa aos domingos, na Record, isso em 2002, 2003. E aí eu conversei com o Amilcare, com o Marcelo, e aí depois tivemos uma reunião.

Eu vou te explicar exatamente o que aconteceu. Falei: 'Amilcare, aconteceu isso, Marcelo, aconteceu isso'. Sentamos, conversando. E bom, decidimos. Tudo muito transparente e nada por baixo dos panos que não é do meu perfil.

Meu contrato já estava praticamente para vencer na RedeTV!. E aí, porque isso foi nomeado, meu contrato venceria no dia 1º de agosto e isso foi perto de junho, uma coisa, ou julho, junho ou julho, não me lembro, mas foi mais ou menos assim. E aí, era uma coisa de negociar. Então, não foi um black, não foi nada, foi real. Aí eu levei a proposta. Resumindo, a Record tinha me dado um valor e eu ei para a RedeTV!, que cobriu o valor e aumentou um pouco mais.

Beleza, tranquilo. Falei para direção da Record: 'Infelizmente, não vou poder vir, porque eu, como eu tinha dito a vocês, tudo muito transparente, eu ei essa informação para o Marcelo e para o Amilcare. Lógico, eles têm a preferência da minha renovação, renovei com a RedeTV!, tudo bem, obrigado'. ado uma semana, me liga de novo: 'João, nós queremos você mesmo na Record. Nós cobrimos o que a RedeTV! vai te pagar de aumento e mais um pouco para você vir para a Record'. Eu falei assim: 'Olha, não vai dar porque eu já assinei a RedeTV!'. Além da multa, na época era 10 milhões de reais. Ele falou assim: 'Não, mas a gente tenta ver e negocia isso'.

'Não, não, não. Eu já fechei a RedeTV!. Não vou fazer isso porque, pelo amor de Deus'. Foi aí que morreu a história. Então, isso foi lá atrás. E com o SBT, a mesma coisa. Quando eu estava pra lá em 93, eu conversei com o Silvio e tal, e aí por outros fatores, na época o Silvio ficou meio assim... Ele não queria fazer um programa de humor, na verdade. Eu queria fazer um programa de humor, mas ao mesmo tempo de variedade, junto. Que acabou acontecendo anos depois na RedeTV! em 99, que é o Te Vi na TV. E eu falei, Silvio, a gente pode fazer um programa 'assim e assim'. Chegamos a conversa algumas vezes durante duas ou três semanas.

João Kleber revela ter reality que chegou a ser oferecido para a Record: \"É uma porrada\"

NaTelinha - Com o SBT?

Com o SBT, com o Silvio mesmo, eu falando com o Silvio. Com o próprio Silvio. Resumindo, talvez ele não tivesse na época, ele sentiu que ainda não estava preparado, porque eu tinha, tinha 30 ou 32 anos de idade, ele achava que ainda não estava preparado para fazer um programa como ele achava, ele também tinha o Gugu ali, bombando. E já tinha ado aquela história do Gugu na Globo, isso já tinha ado. Então, bom, resumindo... Acabei não indo.

No final de 2004, começo de 2005, aí por intermédio de outra pessoa do SBT. Aí não foi o Silvio. Vou explicar: perguntou pra mim, conversou comigo... 'Quer conversar com o Silvio?'. Mas eu já tinha falado com o Silvio lá atrás. E disse: 'Hoje você é uma realidade'. Já estava ganhando do SBT e da Globo.

Poderia até eu ir para o SBT, mas, por destino ou não, 15 dias depois, me liga o pessoal da TVI de Portugal. E fez a proposta para ir. Aí, sendo que eu poderia tanto ficar na Europa, como eu te falei, gravar lá, e ficar no Brasil. Então, eu poderia estar trabalhando na RedeTV!, onde eu estava muito bem, em primeiro lugar, e poder ir na Europa também, ver qual era a parada.

NaTelinha - Ganhando em euro.

E ganhando em euro. Então, aí eu optei para não dar prosseguimento. O Silvio também não deu na época e aí foi o que acabou acontecendo e eu fui para Portugal. Porque aí tem outra história. Aí eu fiquei seis anos em Portugal. Aí depois eu fui para a Itália, retornei para a RedeTV! em 2013.

Antes de eu retornar em 2013 para a RedeTV! eu ainda não tinha voltado, eu fui fazer o programa do Silvio, o Topa Tudo. Uma brincadeira. Aí ele conversou comigo no camarim. E eu tinha um programa na Record Internacional que era o João Kleber Total, aos domingos depois do programa da Eliana. Então, meu programa ava em toda a Europa, África e Ásia, depois do programa da Eliana. Bombava lá o negócio. E aí eu acabei vindo para a Fazenda. Foi isso. Aí, numa dessas, eu vim para conversar com a Amilcare, com a Mônica e com o Marcelo. E eu fui convidado para fazer o Topa Tudo. E o Silvio virou para mim e falou assim: 'E aí, sei que você estava em Portugal'. Bateu um papo comigo. Inclusive, ele foi falar comigo no camarim, porque o Silvio sempre é muito gentil. Ele era muito gentil. Ele começava com os artistas antes de entrar no programa. E aí ele falou: 'Como está lá em Portugal?'.

Aí me perguntou como era Portugal, perguntou disso da televisão, e falou, e aí: 'Quem sabe agora você pode vir aqui ser nosso colaborador e trabalhar aqui com a SBT?'. Falei 'pois é'. Ele mandou conversar com um pessoal da programação.... Resumindo, ficou no ar e aí eu acabei recebendo o convite do Amilcare e do Marcelo e vim para a RedeTV!. E foi aí que eu fiz o Você na TV, que ganhava inclusive do SBT. Então não era para ser naquela época. Em três vezes não era para ser.

NaTelinha - Mas nenhuma das três vezes, João, ficou algum desenho do programa que você faria no SBT? Não teve esboço?

Nada, nada. 93? Não, não teve. Em 2005 até mais ou menos, tinha humor. Ele chegou, inclusive, cogitar de levar o Pânico nessa época. Ele viu que a RedeTV! estava crescendo muito, ele viu que eu estava indo muito bem, o Pânico estava indo muito bem. Bom, foi isso. Então, não foi o Pânico e nem eu. Aí, eu fui para Portugal também.

Então, agora, em 2013, já mais ou menos estava um desenho.

NaTelinha - Já estava um desenho?

Já estava um desenho, que era um programa popular, não tinha nada a ver com o que era o Você na TV. O Você na TV surgiu por aqui.

NaTelinha - Sem formato?

Sem formato. Era um programa que tinha variedade, brincadeira, ele queria comprar uma coisa lá para botar na programação. E eu não sei nem se acabou depois tendo, realmente eu não sei. Teve lá umas coisas musicais, eu acabei achando que não ia ser legal, bom, mas no contexto eu achei legal. Bom, resumindo, acabou não acontecendo também, eu voltei para a RedeTV!, foi onde depois eu criei o Você na TV. Então, essa foi a história.

O Silvio era um cara muito inteligente. Ele fazia umas perguntas como se ele não entendesse, não soubesse. Sempre foi muito cavaleiro comigo e na última vez que o vi, foi muito querido.

NaTelinha - Voltando um pouco mais, como foi dividir a apresentação do programa do Chacrinha com ele mesmo? Como você foi parar no palco com ele?

Olha, eu diria que tem três fatores ali. Primeiro, Deus. Ali é coisa de Deus, porque eu não tinha experiência. Eu estava tendo uma grande experiência no palco de teatro, que o Chico estava me dirigindo. Então, o Boni tinha ido ver meu show. O Boni me deu muita força. Ele me deu o privilégio de ter dois especiais de humor. Ele sentiu que eu tinha, apesar de jovem ainda, eu tinha a coragem e a capacidade de comandar esses programas.

Mas acho que o Boni, quando me viu no teatro, e o próprio Chacrinha foi na minha estreia, ele me viu no teatro, acho que eles conversaram e o Boni quis que fosse uma pessoa mais jovem e que balanceasse e desse aquele molho que eu já estava dando no teatro, que é do improviso, da irreverência, do humor, da comunicação, da voz, uma coisa que ele sempre me comunicou. Ele falou: 'Você tem uma boa voz, você emite bem a sua voz, você projeta bem a sua voz, então isso para programas de variedade é muito legal, você não grita, você emite a voz, é diferente'. Então foi muito bom. Mas isso era espontâneo meu, lógico que depois eu tive algumas técnicas, você vai sabendo istrar. Então acho que foi isso.

Agora, obviamente, se não tivesse aprovação do Boni e do Chacrinha, eu não estaria lá. Você pode ter todo o talento do mundo, mas se não, tem uma frase que eu guardo, que é o seguinte, de talento o cemitério está cheio. Tem que ter as oportunidades. Graças a Deus, consegui corresponder e ter sucesso.

NaTelinha - Mas você, tão bem avaliado na Globo, naquela época, João, por que você saiu da Globo? Eu tinha visto uma declaração sua de que o Chico Anysio teria vetado um programa seu. É verdade?

Não, não é que vetou. O que aconteceu foi o seguinte, o Chico era o cara mais maravilhoso do mundo, era um pai pra mim. Eu sou muito grato ao Chico Anísio, em todo sentido da minha vida. Mas o Chico era muito ciumento com as crias dele. O Chico tinha muito ciúme com as crias dele. Então, por exemplo, o Tom ou por isso, eu ei por isso. O que era o seguinte, o Chico achava que eu tinha que só me dedicar ao humor. Ele achava que eu não tinha que fazer um programa de variedade.

Eu posso fazer um programa de variedade misturado com o outro. Tanto que anos depois, anos depois, olha que loucura... Eu na RedeTV!, fazendo um Teste de Fidelidade, fazendo aquele puta sucesso, me encontrei com o Chico num evento que ele estava fazendo em São Paulo. Eu fui visitá-lo. E ele falou pra mim: 'Tô assistindo você, aquele teu programa é muito louco'. E falei: 'Tá vendo, Chico, falei pra você que ia rolar'.

Então, porque o Chico era um cara que achava que eu tinha que me dedicar ao humor, só ao humor.

NaTelinha - Avançando um pouquinho mais, João, há 20 anos aconteceu toda aquela confusão Tarde Quente, a RedeTV! saiu do ar, tinha aquela campanha de Quem Financia A Baixaria É Contra a Cidadania... Olhando pra trás, como você enxerga esse episódio hoje? Se eu bem me lembro, eu acho que ela nem colocou um direito de resposta que tinha que ter colocado também, teve alguma coisa parecida com isso.

Olha, eu vou dizer para você o seguinte... Existe exagero em todas as partes. Pode ter existido um pouco de exagero da minha parte, como artista, como criador, como também houve um pouco de exagero da parte de quem criou esse movimento. Então, tudo que é radical demais é roubada. Então, hoje, olhando com um ar de maturidade, experiência, com mais sabedoria, muitas coisas que eu fiz ali eu não precisaria fazer. Número um. E se eu tivesse que fazer? Mas mesmo naquela época, todas as vezes que isso, eu tive, por duas ou três vezes, eu fui ao Ministério Público para explicar, não só eu, vários artistas, explicar o porquê daquilo lá e ficou tudo de boa.

Se isso está incomodando, se isso está exagerado, eu peço desculpa, eu vou tentar reformular. E todos aqui somos adultos, somos profissionais. Temos os nossos erros, mas também temos os nossos acertos. Então, vamos acertar mais do que errar. E chegávamos à conclusão e a gente mudava, estava ali para, porque naquela época eles estavam tentando se achar, digo, se achar no sentido, se achar uma saída positiva para todos os lados. Não que as pessoas estavam tentando se achar maior que ninguém, não.

Todos naquela época, seja o Ministério Público, seja a campanha, seja nós, tínhamos que encontrar um caminho para fazer uma coisa bem feita, para que as pessoas que estão assistindo não se sintam ofendidas. Todas as vezes que eu fui lá, se era para mudar alguma coisa, eu mudava sem problema nenhum. Se existia exagero, eu concordava. Beleza. Nesse caso específico, foi uma pegadinha, não foi nem um Teste de Fidelidade, foi uma pegadinha. Meu nome como artista não foi incluído, só o nome do programa.

Eu não sabia que existia esse processo, eu não sabia, nunca fui comunicado. Nem por parte da emissora, nem de ninguém. Na época, a diretora da Mônica Pimentel, a superintendente da RedeTV!, ela nunca me comunicou. Ela sabe disso. Nunca me comunicou. Não sabia nada sobre isso.

Bom, eu estou fazendo o programa em Portugal. Ficava 15 dias em Portugal, 15 dias no Brasil. Eu fazia os programas. No dia 14 de novembro de 2005, o programa Teste de Fidelidade foi pro ar. O Tarde Quente foi pro ar na segunda-feira e deu uma audiência maravilhosa, brigando ali pelo terceiro, segundo lugar e tudo.

Eu estava no hotel, ficava em hotel, no dia 15, toca o telefone. É o pessoal do UOL me dizendo que ia sair uma matéria e a capa era: 'João Kleber tira a RedeTV! do ar'. João Kleber tira a RedeTV! do ar? Que porra é essa? Tá maluco?

Bom, aí liguei... O Ministério Público, 15 de novembro era feriado.

João Kleber revela ter reality que chegou a ser oferecido para a Record: \"É uma porrada\"

NaTelinha - Aniversário da RedeTV! também, não?

Aniversário da RedeTV!, exatamente. O ministro pegou uma juíza, teve uma juíza lá da época, uma juíza plantonista. Eles fizeram a ação para tirar a RedeTV!. Aí eu fui entender, aí eu pedi para o meu advogado entrar no processo para ver, porque aí depois tornou público, você pode ver. Pela informação que tinha lá, o processo foi julgado à revelia. O que quer dizer que ninguém foi lá. Alguém não foi. Você entendeu? Porque se eu soubesse, volto a dizer, se eu soubesse o que tinha acontecido, e se a RedeTV! também soubesse, agora... Se a RedeTV! não foi porque alguém não informou a direção, o presidente da emissora, alguém não informou a direção.

Então, não sei como isso aconteceu. A direção da emissora não sabia. Eu não sabia. Como é que a gente ia poder mudar o negócio? Entendeu como é que é? Se foi julgado a revelia, não quer dizer o seguinte. O que quer dizer? É porque ninguém compareceu e ninguém respondeu sobre aquele processo. Pelo que eu entendi, é isso. Então, foi notificado e ninguém respondeu.

Eu já estava bem em Portugal tava bem também em Portugal, satisfeito. A direção da RedeTV! também me deu apoio. Tanto o Amilcare como o Marcelo, a gente sentou, conversou. Falei: 'Olha, eu tô lá em Portugal, deixa a coisa esfriar, e aí se tiver que voltar um dia, a gente volta, se não tiver, a amizade nossa é a mesma'.

Por um acordo e amizade, rescindi o contrato, que eu tinha mais um ano de contrato, e aí eu falei, eu vou ficar em Portugal, foi quando eu resolvi mudar de vez para Portugal. Mas aí, porque eu achava que aquele clima não estava legal, não da RedeTV! comigo, mas eu digo, aquele negócio dessa campanha, uma hora eles iam pegar no pé de novo, ia ficar deselegante, ia ficar ruim para a TV, ia ficar ruim para mim, então, ficou uma coisa... Tanto que ado um ano depois, Eu vim para o aniversário do Amilcare. Em 2013, o Amilcare, como já te contei, e o Marcelo me convidaram, junto com a Mônica, pra voltar pra RedeTV!. A nossa amizade sempre foi boa. Eu sempre gostei da RedeTV. Eu tenho até hoje esse carinho pela TV.

Não precisa nem dizer, né? O que eu me esforço pela televisão. E inaugurei a TV. É como se fosse um filho pra mim. Então, foi assim, voltamos. Por que eu voltei? Porque eu voltei porque eu me sentia bem lá, eles se sentiam muito à vontade comigo, sabem da minha competência, do meu esforço e do carinho que eu tenho pela televisão. E sou profissional, ponto.

E acabou sendo muito bom para mim, porque eu peguei uma experiência internacional de produção, de produção fantástica. Porque aí eu comecei a ver como é que a TV europeia, principalmente portuguesa, é muito competitiva em entretenimento.

A italiana, as TVs ali foi quando começou a surgir os streamings. Foi quando começou a surgir os grandes formatos. Cheguei a ter uma conversa com o representante da Endemol em Portugal de até negociar o Teste de Fidelidade com a Endemol. Se chegou a se falar disos em 2006, 2007. Ficou só numa coiversa. Foi uma experiência que eu tive que não tem preço que pague.

NaTelinha - E quem que acreditou em você, João? Que um diretor, um executivo português fala: 'Putz, esse apresentador eu acho que ele daria certo em Portugal'. Porque eu não me lembro de outro apresentador brasileiro, pode ser que tenha, mas eu não lembro, e a ignorância é minha, você pode me corrigir se eu estiver errado, de algum apresentador de televisão mesmo, que tenha tido sucesso na Europa, por exemplo. Você acabou se tornando uma figura bastante conhecida em Portugal ali. Então, quem é que foi a primeira pessoa que acreditou que você poderia fazer sucesso em Portugal com conteúdo já consagrado no Brasil?

O José Eduardo Moniz, que era o vice-presidente da TVI. Ele estava no Brasil, no hotel, viu meu programa, na mesma hora ele pensou: 'Esse programa tem que ir para Portugal. E a TVI estava já em primeiro lugar. Ela já tinha comprado o Big Brother. Ela já tinha feito um grande sucesso no Big Brother. Ela tinha comprado a Quinta das Celebridades, com um grande sucesso, que era a Fazenda, inclusive o Alexandre Frota, que ficou em segundo lugar lá. Então, ele falou, isso vai funcionar. E funcionou. Ele acreditou muito. O Pedro Cardoso, o querido Pedro Cardoso, não o ator Pedro Cardoso, mas o Pedro Cardoso, diretor executivo de produções da Valentim de Carvalho, que hoje é o Warner lá em Portugal, ele acreditou demais, ele chegou para o Zé Eduardo e falou: 'Vai ser um sucesso aqui em Portugal'.

Então, foi muito legal. E acabou sendo, graças a Deus, eles apostaram essas fichas todas em mim, e foi legal, eu apostei neles também. Foram muito corretos comigo. Me deram toda a liberdade de trabalho, toda a regalia, me deram assim, você não tem noção, os caras só faltavam colocar um mordomo 24 horas para que eu ficasse tranquilo para produzir o programa. Eu trabalhava dia e noite e madrugada, então eu trabalhava 24 horas praticamente, pouco dormia. Quando eu estava no hotel, eu estava pensando, estava criando, fazendo.

Bom, mas o apoio deles foi maravilhoso, sempre, sempre, sempre. Então, foi o José Eduardo Moniz e o Pedro Cardoso.

NaTelinha - Você é um cara que consome muita televisão, imagino que você deve ter feito muitas descobertas. E aí, uma curiosidade minha, o que a televisão brasileira tem que a TV europeia não consegue fazer?

Olha, hoje a TV brasileira, infelizmente, ela não é essa realidade toda, porque ela parou de criar seus formatos e começou a comprar formatos. Esse que é o problema. Mas enquanto ela foi criadora de formatos, ela sempre foi grande sucesso. E agora aconteceu o contrário. A brasileira começou a comprar formatos dos europeus. Veja aí, vídeos, programas que nós amos em todas as TVs praticamente, e que às vezes não é a nossa realidade. Não tem aquela coisa do brasileiro, a brasileirice, não tem aquela espontaneidade nossa. Então, essa espontaneidade nossa é nossa, como cada um tem a sua. Eu acho o seguinte... Alguns formatos europeus são muito bons. Eles sabem fazer muito bem programa de auditório. Sabem fazer muito bem. A Itália, então, é uma coisa impressionante. Portugal cresceu muito.

Tem um programa na RAI que chama-se Tali e Quali. Nada menos o que o Domingão do Faustão fazia com aquele negócio dos famosos se transformar para interpretar cantores famosos. Fisicamente, fazer maquiagem, depois cantar com a voz similar. Assistia muito L'eredità, programa diário na TV italiana, muito legal, de game, muito bom. Em Portugal tem programas de variedade espetacular. A RTP tem bons programas de variedade. É uma TV estatal, mas que, por sua vez, é comercial ao mesmo tempo. Na Espanha, o Canal 4 também tem. Na Itália, a Mídia 7 tem também. O Canal 5 tem programas fantásticos. Na França, a M6 melhorou muito.

A M6 melhorou bastante em termos de verdade, a TV sa era meio fraquinha para o programa de entretenimento, mas cresceu bastante, eles são muito bons em esporte, em programa esportivo, tanto na Europa, na Europa em geral, programas esportivos são muito bem feitos, programas de resenha, resenha de debate, é muito bom.

Então, acho que a TV brasileira nesse aspecto, ela deixou de criar e deixou, começou a comprar. E, por sua vez, a TV europeia começou a criar e vender o que o Brasil fazia no ado. Então, por exemplo, os meus programas, todos os programas, todos os formatos que eu apresento, eu mesmo criei.

NaTelinha - Mas está comercializando isso?

O Teste de Fidelidade no Brasil pertence à RedeTV!. O Teste de Fidelidade fora do Brasil pertence a mim. Então, por exemplo, teve uma época do Teste de Fidelidade na TVI que eu cedi os direitos para eles poderem exibir na TV internacional. Então, foi para toda a Europa, África e Ásia. Foi para mais de 100 países. Foi uma loucura. Então, o formato. Agora eu estou tentando desenhar um novo formato, mas esse formato eu quero fazer ele para venda, eu quero fazer para vender para fora, não é nem para fazer aqui, é para vender para fora.

NaTelinha - E tem algum que você tenha visto na televisão europeia que você estava com muita vontade de trazer para o Brasil e apresentar?

Ah, o Tali e Quali eu faria muito bem. O programa do Fiorello eu faria muito bem, ele é humorista e um entretener. Essa é a intenção um dia... Eu fazer um programa no Brasil do Fiorello.

NaTelinha - Você já deu a ideia para a RedeTV! para ver se de repente eles conseguem viabilizar?

Ideia a gente dá, né? Vamos ver. Agora precisa ter budget para poder fazer, né? Não dá para brincar. Não dá para fazer só no talento não.

NaTelinha - Uma das coisas que mais me chama a atenção é a sua participação em A Fazenda. Como você foi parar lá? Por que você aceitou o convite? Podia ter até apresentado...

Apresentar eu apresentaria bem pra caramba, apresentaria com um pé nas costas aquilo. Vou te dizer uma coisa, Big Brother e Fazenda eu apresentaria com um pé nas costas com todo o respeito ao Bial, genial. Tiago Leifert, genial. Mandou bem pra caramba. Eu gosto muito também do Tadeu. O Mion mandou bem na Fazenda. O Britto mandou bem na Fazenda. A Galisteu manda bem na Fazenda. Agora, eu te garanto que eu tanto Fazenda como o Big Brother, apresentaria com o pé nas costas. Sabe o que é pé nas costas? É pé nas costas!

Para quem apresenta o Teste de Fidelidade, é água com açúcar. O Teste de Fidelidade, a pessoa pensa que é fácil de apresentar, mas não, porque você tem que fazer humor, você tem que entreter, tem que prender, fazer suspense, e ainda poder apresentar e o bicho pegar. E ser líder de audiência na emissora, jovem como era a RedeTV!, ainda é jovem,  muito criança.

Bom, resumindo, a Fazenda foi o seguinte... Eu estava na Record fazendo o que eu te falei, na Record Internacional em Portugal. E eu estava simultaneamente na TVI fazendo o Fiel ou Infiel.

Só que a Record Internacional em Portugal e na Europa, ela é cabo, mas é uma cabo aberta. E a Record tinha o interesse de divulgar A Fazenda, porque era a quarta temporada, na verdade, tinha tido três, para os programas da Europa. Ela não poderia apresentar, não poderia gerar a Fazenda para a Europa por causa dos direitos, porque os outros países tinham o mesmo formato, porque aquele era um formato comprado de fora. Em Portugal, por exemplo, tinha a Quinta das Celebridades.

Nos programas, onde ava um pedaço da Fazenda, onde o eliminado ia primeiro, era onde? No Hoje em Dia. O Hoje em Dia era, como no caso do Big Brother, o programa da Ana Maria Braga. Então, toda aquela resenha que existia diariamente da Fazenda, no Hoje em Dia, e depois também no dia da eliminação, ou na pré-votação, era uma boa divulgação para pessoas que eram já conhecidas do público europeu. E tinha duas pessoas que eles estavam querendo. Um era o Jesus, aquele que na época, o brasileiro que namorou com a Madonna. Mas aí ele não pôde ir porque ele estava já com a profissão dele bombando lá como DJ e não quis ir.

E a outra opção foi eu. E aí o bispo lá de Portugal, o bispo Aroldo, maravilhoso, cara, nota mil, um grande abraço ao bispo... E ele falou, João: 'Acho que é legal você ir'. O Honorílton falou comigo, né?

E foi bom, foi me diverti muito, me diverti demais na Fazenda, me diverti demais na Fazenda. Foi muito legal, foi bacana. É, lógico, eu não voltaria a fazer.

João Kleber revela ter reality que chegou a ser oferecido para a Record: \"É uma porrada\"

NaTelinha - Não voltaria? Mas pra apresentar sim?

Quem sabe um dia, não sei, pode ser até na RedeTV! se ela comprar os direitos. Mas foi muito divertido. Eu acho que são coisas que faz parte do teu currículo de história pra você contar. Uma experiência diferente, uma puta experiência também.

NaTelinha - Você ficou curioso pra saber o que aconteceu nos bastidores? Pra ver como o reality show funciona por dentro? Porque eu tenho essa curiosidade.

Saquei tudo, saquei tudo. De cara, saquei tudo. Eu sabia onde tinha a câmera... Quando eu voltei, quando eu tava lá, como eu te falei, eu já tinha dirigido meus programas na RedeTV!. Quando eu fui pro Europa, eu fiquei mais atento ainda em direção. Eu sabia onde tinha a câmara. Quando eu queria dar um recado, eu sabia para que câmara eu falava. Eu me dirigi ali. E eu sabia até a hora que eu tinha que ir embora.

Agora para sair fora mesmo, para ir embora.

NaTelinha - Mas você assistia o programa para ter essa sagacidade também?

Nunca, nunca. Big Brother sim. Fazenda não. Porque eu estava na Europa quando o Big Brother estreou. Eu assisti muito pouco a Quinta das Celebridades, muito pouco. Mas eu sabia o truque, eu sabia o truque.

NaTelinha - Só pelo seu feeling, você já estava fazendo uma leitura ali dentro de como se portar?

De madrugada, meu, dentro do quarto, porque tem aquele espelho, apagou a luz, dava reflexo, eu cheguei a contar quantos câmeras tinham ali ao redor. E os câmeras conversavam baixinho, dava para ouvir até os caras conversando.

NaTelinha - Você conseguia ouvir os ninjas conversando, né? Que na Record é ninja.

Ninja. A maioria. Lógico, nem sempre, mas, por exemplo, teve uma coisa, às vezes os caras esquecem, esquecem mesmo, mas poucas vezes eu esqueci, lógico. Eu sabia, em determinados espaços, eu falei: 'Aqui tem espelho, aqui com certeza tem câmera'. Na sala, tinha aquelas câmerazinhas, aí é visível, lógico. Então eu sabia, eu começava a olhar no primeiro, eu olhava na segunda, na terceira. Aí eu via, quando eu queria falar uma coisa mais séria, eu via que alguém estava falando uma coisa mais séria, uma coisa que era pertinente à direção do programa, a câmera ficava se movendo. Ela se movia para a pessoa. Aí eu comecei a ensaiar. Tem hora que você esquece mesmo, não tem como.

Tem hora que você esquece. Mas, vamos lá... De 0 a 10? 6 eu percebia. Não tem aquela parte da casa da árvore? Quando  eu queria falar uma coisa, eu sabia que eu ia para lá porque eu sei que o Cammate vinha. E quando a gente estava negociando votação, eu levava o povo. Você pode pegar as imagens, eu, Dinei, Di, o menino que era sertanejo lá também.

NaTelinha - Então o que você pensava, depois você vendo aqui fora, que tudo aquilo que você articulava e pensava que funcionaria, funcionou de fato aqui fora?

Funcionou, funcionou. Tudo funcionou. Então, foi mais positivo que negativo. Até na eliminação.

NaTelinha - Você cavou a sua eliminação? Você estava de saco cheio?

Não cavei, mas eu não insisti pro público que eu ficasse. Eu não diria saco cheio, porque eu tinha que voltar pra Portugal. Na minha cabeça, eu tinha coisas pra resolver lá. Eu sabia que se eu ficasse... Eu não fui com o objetivo de falar, eu vou ganhar. Podia até ganhar, lógico. Ninguém quer perder. Mas eu não fui com aquela sede, vou ganhar. Eu acho legal ganhar, não sou maluco. Mas não era objetivo 100%, entendeu? 

NaTelinha - Teve algum programa que você chegou para tentar apresentar ou uma ideia sua, ou mesmo formato, e não conseguiu ainda colocar em prática?

Sim. Isso foi apresentado por mim, pela direção da Valentim de Carvalho, que hoje é Warner, o vice-presidente dessa empresa, nós gravamos um piloto e oferecemos para a Record em 2008, 2009. Nós viemos de Portugal para apresentar para a Record.

imagem-texto

NaTelinha - Que programa era esse?

Não posso te dizer, porque eu não tenho autorização para falar pelos portugueses. Mas foi uma sociedade minha com ele. É um reality. Um puta reality. 

NaTelinha - Está no ar em algum lugar do mundo?

Está registrado. Não, não está no ar. Está registrado entre a gente. Foi gravado um piloto. A Record tem esse programa na mão dela. A cópia. Não sei com quem está.

NaTelinha - Em 2008 foi um ano antes da Fazenda.

Um ano antes da Fazenda. Mas não tem nada a ver com Fazenda. Mas é um reality. Está lá na mão da direção da Record, dos diretores da época. Não sei com quem está agora porque não acompanho, não é a emissora que eu trabalho. Mas a direção da época, de 2008, 2009... Foi por aí.

NaTelinha - É um reality de confinamento?

De confinamento.

NaTelinha - Então provavelmente é um programa caro.

Puta programa. Puta programa. Eu sou suspeito. Quer dizer, eu não fiz sozinho. A ideia foi minha, mas foi feita a seis mãos.

NaTelinha - E você não pode executar ela se você quiser aqui na RedeTV!?

Não, não, não é da RedeTV!. Eu posso executar com autorização dos sócios. E eles também não podem fazer sem minha autorização.

NaTelinha - Será que tem chance de a gente ver esse programa algum dia?

Quem sabe, pode ser. Não sei, aí vai depender. Depois que foi apresentado lá, foi apresentado primeiro para a Record. O programa é uma porrada. Você pode botar isso aí. De 0 a 10, é 8.

NaTelinha - Oloco! É muita coisa, hein?

Mas não estou falando por mim. Porque eu não fui eu sozinho que criei. Eu podia falar: 'Ah, é meu'. Não, não é meu. É meu e de outras pessoas. De outros dois parceiros. Inclusive, um deles, o Pedro Cardoso é um deles. Tremendo de um produtor executivo, cara top da Europa, tenho um puta respeito por ele.

E ele ainda dizia: 'É você que tem que apresentar, João'. Mas ele falou assim... Tem bons apresentadores, lógico, competentes para fazer, 'mas esse programa é a sua cara', porque quando eu tive a ideia, eu ei para eles e a gente foi desenvolvendo, levamos três, quatro meses para sentar em várias reuniões para desenhar o programa. Foi produzido, foi feito um piloto. E quem cedeu esse piloto foi a TVI, cedeu todo o espaço, cedeu tudo pra nós, câmera, produção, teve, pra você ter uma ideia, foi uma coisa assim, grandiosa. Foi bem produzido, muito bem produzido.

Isso é uma coisa que eu nunca contei pra ninguém, você tá sabendo de primeira mão. Agora, tá na mão dele. Eu poucas vezes falei com o Pedro Cardoso sobre isso. A gente apresentou na época, depois eu saí de Portugal, fui para a Itália, voltei para a RedeTV!, aí nem fucei mais essa ideia. Mas qualquer televisão pode ter o a esse programa.

NaTelinha - Está nas mãos da TVI?

Não, na TVI não. Os donos não são a TVI. A TVI ajudou, foi generosa em ceder o espaço para gravar. Mas esse formato pertence a mim, ao Pedro Cardoso e mais um parceiro.

NaTelinha - Ah, pessoas físicas mesmo. Isso está devidamente registrado?

Tudo registrado na Europa. Tudo bonitinho.

NaTelinha - Está tudo protegido caso alguém copiar?

Não, não tem como. Tanto que até hoje não fizeram. Por coincidência, não fizeram. Eu digo, não diria o similar... Já teve até um esboço de alguém muito distante do negócio.

NaTelinha - Opa, é um formato diário?

Diário, diário, diário! E outra, ele tem a cara do Brasil. A cara do Brasil. Quer dizer, não é a cara do Brasil, é um programa universal. O programa é universal. Vai ter treta, vai ter choro, vai ter emoção, vai ter sensibilidade. É um formato muito leve. Eu sou suspeito. Apesar, volto a dizer, eu podia estar até defendendo em causa própria. Eu poderia até defender. Ah, 'foi eu'. Não. Foi criado por mim e por mais duas pessoas. Então, eles têm uma participação ali. A minha grande participação disso foi a ideia. Mas a ideia você tem, aí depois você vai desenvolvendo no papel. E eles me ajudaram a desenvolver isso no papel.

NaTelinha - O que te impressiona mais: os índices de audiência que você já alcançou ou as bilhões de visualizações na internet?

Os dois, os dois. Cada um na sua época, né? A internet pra mim é uma coisa que hoje eu comecei a irar bastante, respeitar, respeito muito, e eu acho que ainda vai crescer demais, como eu também acredito demais na TV aberta, eu acho que a TV aberta está na hora de começar a fazer programas que falem para o seu público. Por exemplo, eu não tenho vergonha de fazer um programa para o meu público. O cara pode ter 30 bilhões de dólares, como pode ter um real.

Todo mundo faz parte do povo. Somos cidadãos. Eu gosto de pegar um nicho de mercado. O que é um nicho de mercado? Eu estudei esse meu público, eu faço esse para o público. Então, eu não faço programa para os meus amigos, eu faço programa para o meu telespectador. Eu não faço programa para os meus amigos.

Sou de uma geração que tinha vergonha de dizer que assistiam Silvio Santos, por exemplo. O Chacrinha teve que morrer para dizer que o cara era gênio. O cara era gênio sempre. Nasceu gênio. O Silvio Santos era um gênio da comunicação. Naquilo que ele se propunha fazer, ele era um gênio mesmo. Eu sempre digo que o Chacrinha, Silvio Santos, Flávio Cavalcanti, era o Pelé daquilo que ele se propunha fazer. Quando a gente fala Pelé, é para dar o exemplo do top, daquele que não tem como chegar nele.

O segundo está muito mais distante. Então, o Chacrinha, naquele perfil dele, popular, ele era o gênio, ninguém fazia melhor que ele. O Silvio Santos, daquele que ele escolheu para fazer o entretenimento público dele, ninguém era melhor que ele. E o Flávio Cavalcanti, naquela pegada dele, no estilo que ele fez, ninguém era melhor que ele, não tinha como.

NaTelinha - E você sabe quem é seu público, João? Você sabe, por exemplo, você tá conversando com alguém na rua, sei lá, alguém te para, ou o cara tá te parando só porque você é famoso ou porque realmente te assiste?

Eu sei sei quem assiste. Se você me perguntasse há 20 anos atrás, não, mas hoje eu sei. Hoje eu sei quem realmente gosta, quem curte, quem se diverte, quem acha maluquice as coisas que eu faço. Rapaz, se eu te contar o que eu recebo, um dia eu faço questão de te mostrar pessoalmente os inbox que eu recebo, os directs que eu recebo das pessoas falando.

imagem-texto

NaTelinha - Você lê?

Todos, todos. Eu posso até fechar o olho e te mostrar. As coisas que os caras mandam pra mim. É a coisa mais maluca, quer ver?

NaTelinha - Não tem nude não, né?

Não, não. Sabe coisa positiva? Quer dizer, tipo assim, quer ver? Eu vou te mostrar aqui...

NaTelinha - Podem mandar DM para o João Kleber, pessoal! É ele mesmo que mexe!

Pode mandar! O Duque é o seguinte, olha... O cachorrinho fica assistindo meu programa! Ele quer ver o João Kleber! Muito louco, né? O João Cláudio: 'Quando é que volta o Teste?'. 'João, pelo amor de Deus, o Você na TV tem que ser ao vivo!'. Cada comentário aqui é uma maluquice. O público fala comigo assim, mais da forma carinhosa, os haters a gente tem.

NaTelinha - Você tem hater?

Quase nada. Graças a Deus, quase nada. 0,1%. Quase nada.

NaTelinha - Você lê os comentários?

Leio tudo. Você lê tudo? Quando eu não leio, lê o Victor, que trabalha comigo. O Rafael diretor. E o João Felipe também lê. A gente acompanha tudo.

NaTelinha - Estava terminando a entrevista sem falar de Você na TV, que está reprisando na RedeTV!...

Reprisando de 2014.

NaTelinha - É você que seleciona ou você ajuda a selecionar os casos para colocar no ar?

O Rafael fala, o Rafael que faz. O Rafael conhece o programa mais do que eu, até.

NaTelinha - Mas vai voltar com edição inédita?

Não sei, não sei. É com a RedeTV!. Nesse momento eu não penso, não. Acho que estou mais focado no Para Aqui, que já é bastante coisa. E eu também faço live commerce na Kwai, de entretenimento. Então, eu tenho essa parceria com a Kawai também. Então eu tenho outros compromissos, outras coisas, então ter um programa diário agora ia ser meio complicado. Quer dizer, a gente não pode dizer que não, nunca pode dizer que não, mas nesse momento, o Você na TV dá muito trabalho também, é um programa que dá muito trabalho. É diário, é um programa de duas horas, é diário. Agora tá lá, tem até merchandising no programa, tá indo bem lá.

NaTelinha - Caso não falta, né?

Pelo amor de Deus. Tá ando agora, acho que é de 2014, 2015.

NaTelinha - Nossa, tem muita coisa ainda pra ar se quiser.

Você na TV e a pegadinha virou o Chaves da RedeTV!. 

Imagem da thumbnail do vídeo

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado