Lançamento de Guerreiros do Sol traz o Nordeste para a zona sul do Rio
Festa teve show de Elba Ramalho, comidas típicas e quadrilha de São João

Publicado em 11/06/2025 às 14:17,
atualizado em 12/06/2025 às 09:09
Na noite de terça-feira (10), elenco, equipe técnica, imprensa e convidados se reuniram na Casa Horto, no Jardim Botânico, zona sul do Rio, para comemorar a estreia de Guerreiros do Sol. E o NaTelinha estava lá!
Gravada em 2023, a novela chega ao Globoplay nesta quarta-feira (11), com os cinco primeiros episódios, e na próxima segunda-feira (16) integra a grade do Globoplay Novelas, antigo canal Viva.
Ao todo, foram oito meses de gravações no Rio de Janeiro e no Nordeste. Estrelada por Isadora Cruz, Thomás Aquino e grande elenco, a trama se a na época do cangaço, contando um pouco do que foi esse período da nossa história.
"Há uma narrativa em que não existe maniqueísmo. O cangaceiro não é herói e nem bandido, se torna [bandido] porque é o espaço que ele encontra pra sobreviver, onde uma geografia do papel não chega e a lei é mais forte. Todas as narrativas ampliam esse olhar", explicou George Moura, criador de Guerreiros do Sol.
Reforçando a visão do autor, Alexandre Nero (Miguel Ignácio) falou sobre a desmistificação da figura de herói do cangaceiro. "O Guerreiros do Sol não romantiza o fato desses homens serem heróis. Esses homens não eram heróis, eles eram criminosos. E, eventualmente, dependendo do ponto de vista, também heróis. O herói e o vilão depende do ponto de vista", esclareceu.
"Falando do Miguel Ignácio é um cara bom que mata gente. Ele é bom ou ruim? [risos]. Essa identificação com pessoas que fazem o que a gente faz mexem com a gente. A dramaturgia brasileira tem mostrado as pessoas normais, com seu bons e maus lados. As pessoas boas também têm os seus maus lados".
Alexandre Nero
O clima era de festa! Com uma decoração solar e pratos típicos da região do Brasil. Não à toa, todos os envolvidos com a produção estavam com um largo sorriso nos lábios e ansiosos em saber como o espectador irá abraçar essa história, além de conferir o trabalho de cada ator, já que a novela está toda gravada.
Nathalia Dill, que dá vida à Valliana, ressaltou o quanto a gente muda em dois anos. Por isso, ela está curiosa em ver como ficou esse trabalho. Ainda, segundo a atriz, o público irá conhecer [história] e se identificar também.
"Eu sei onde ela [personagem] vai chegar no final, diferente da novela, que por ser uma obra aberta a gente consegue ter um domínio maior de onde vai chegar, ao mesmo tempo em que tem uma resposta imediata do público".
Nathalia Dill
"Às vezes, a gente sente a temperatura, o que funciona ou não e vai se ajustando. Dessa vez, é confiar totalmente nessa equipe incrível! É uma novela muito de verdade. Ao mesmo tempo que as pessoas vão se encantar, elas também podem se identificar", acrescentou a atriz.
Já para Larissa Bocchino, intérprete da Ivonete, estrear agora tem um gostinho especial porque a personagem lhe deu bagagem para compor a Quinota, protagonista de No Rancho Fundo (2024).
"Eu fui mais mulher para depois ser menina".
Larissa Bocchino
"Eu tenho muito orgulho de ter feito a Ivonete, é uma personagem muito especial pra mim. Estar estreando agora é um momento mágico, porque a Quinota já ou e eu acho que as pessoas vão poder me ver com outro olhar. Seria conflitante ver a Quinota e a Ivonete juntas", vibrou a atriz.
Theresa Fonseca, que faz a Aldezira, endossa a fala das colegas: "A Aldezira foi uma personagem que me deu confiança: 'Eu consigo fazer isso como atriz'. Eu nem vi! Pode ser que eu veja e fale assim: 'Meu Deus, que horror!' [risos]. Mas eu espero que esteja bom", reagiu.
A atriz, que no ano ado interpretou a Mariana no remake de Renascer, citou, também, a importância dessa personagem em sua carreira.
"A Mariana me trouxe uma maturidade de atriz, na questão de entender a televisão. Todo trabalho é transformador!".
Theresa Fonseca
Sobre papéis que transformam, Alinne Moraes recordou que em Mulheres Apaixonadas (2003) ela formou pela primeira vez um casal homoafetivo na TV e as pessoas torciam pelo beijo.
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Hoje, com a Jânia, sua personagem e Otília (Alice Carvalho), a atriz tem a sensação de voltamos ao ado, porque beijos entre duas pessoas do mesmo sexo estão sendo censurados. Por outro lado, seu papel é de uma mulher que começa oprimida, mas se torna uma espécie de líder do empoderamento feminino.
"Ela foi pro sertão com um casamento arranjado, uma mulher muito calada, com muito medo do marido, de toda a sociedade [opressora], e após essa guerra, ela tem um momento ali que a transforma em outra mulher. Em uma leoa! E ela coloca todas essas mulheres no braço. Ela ajuda todas as mulheres do sertão. É a voz dessas mulheres! É uma transformação enorme e muito bonita".
Alinne Moraes
O evento contou com a apresentação de um clipe com imagens de bastidores e o teaser de Guerreiros do Sol. Na sequência, Elba Ramalho cantou sucessos da sua carreira, além de canções de artistas como Gilberto Gil, Emilinha e Luiz Gonzaga, entre outros, formando uma grande quadrilha de São João com os atores da trama.
Isadora Cruz revela curiosidade sobre a sua família e Lampião
Além de protagonizar Guerreiros do Sol, Isadora Cruz narra a história através da sua personagem, Rosa, que como a maioria das mulheres da trama começa de um jeito e se transforma com o tempo. Aliás, o protagonismo feminino em um ambiente extremamente machista é uma das grandes sacadas da novela.
Quando se pensa em cangaceiros, automaticamente o que vem à nossa cabeça é o casal Lampião e Maria Bonita. Apesar de a novela transitar por essa realidade, a atriz já havia dito na coletiva de imprensa que não é uma biografia sobre eles dois, embora sejam citados.
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Questionada se ela conheceu alguém da família de Lampião, Isadora Cruz contou ter trocado algumas palavras, por aplicativo de mensagens, com uma sobrinha do cangaceiro. A atriz também revelou uma curiosidade sobre a sua família e o guerrilheiro.
"A minha avó tem uma história com o Lampião... Que Lampião invadiu a fazenda da minha bisavó. Ela me contou essa história... Ela ficou escondida no armário, ele chegou lá, quebrou um monte de coisas... Eles ofereceram um bolo de fubá pra ele, ele adorou. Comeu o bolinho... Depois pediram para ela [minha avó] sair do armário... É o mais próximo que o Lampião já chegou, assim...", conclui.