Saneamento Básico: Comédia relançada após 18 anos é uma das melhores do cinema nacional
Filme com Fernanda Torres e Wagner Moura volta às telonas nesta quinta-feira (29)

Publicado em 29/05/2025 às 18:00,
atualizado em 29/05/2025 às 20:20
Dezoito anos após a estreia, Saneamento Básico, o Filme volta aos cinemas nesta quinta-feira (29) em edição restaurada. Com roteiro e direção de Jorge Furtado, o longa-metragem é relançado em meio à repercussão dos prêmios internacionais de Fernanda Torres e Wagner Moura, que vivem um casal na história. É a chance de o público conferir em tela grande o encontro raro entre os atores, em uma das melhores comédias do cinema nacional.
No filme, uma comunidade do sul do Brasil sofre com problemas na rede de esgoto. Como a cidade não dispõe de condições para resolver a questão, mas possui 10 mil reais destinados à cultura, os moradores decidem usar a verba para a produção de um filme de ficção e, com parte da grana, custear a construção de uma fossa.
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Além de Fernanda Torres e Wagner Moura como o casal Marina e Joaquim, o elenco tem Camila Pitanga (Silene), Lázaro Ramos (Zico), Bruno Garcia (Fabrício), Tonico Pereira (Antônio), com participações de Lúcio Mauro Filho (José Maria) e Zéu Britto (Setembro) e a presença ilustre e saudosa de Paulo José (1937-2021) como Otaviano, líder da comunidade local.
Wagner Moura venceu no último fim de semana o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes pelo filme O Agente Secreto, que será lançado em breve no Brasil. Fernanda Torres levou em janeiro o Globo de Ouro de melhor atriz dramática pelo desempenho em Ainda Estou Aqui, que também lhe rendeu indicação ao Oscar.
Em Saneamento Básico, o humor surge na realização de um filme por pessoas que nunca tiveram relação com cinema. A ideia de produzir um curta-metragem parece inicialmente fácil, mas o grupo se depara com dilemas criativos, contatos com patrocinadores, direitos autorais e outros entraves. A metalinguagem – um filme falando sobre outro filme – garante ótimas sacadas.
Algumas cenas se tornaram “virais” e, mesmo produzidas bem antes da proliferação das redes sociais, são compartilhadas até hoje. A principal delas é o trecho em que Silene interage com dois trabalhadores de uma obra antes de ser atacada por um monstro – na ficção dentro da ficção. A dificuldade de atores amadores em realizar sem erros uma cena com mínimos detalhes é hilária.
O filme teve um público nas salas brasileiras em 2007 – foram menos de 200 mil espectadores, além dos que viram em home video ou no streaming, anos depois. O relançamento também não deve alcançar um número expressivo, mas promove mais visibilidade a uma obra que, além de valer a pena ser revista sempre, merece um lugar especial na história do cinema brasileiro.