Memória

5 novelas da Globo que escaparam de ir para o lixo

A Globo já produziu mais de 300 novelas desde 1965; muitas tramas que fizeram sucesso, no entanto, quase não foram exibidas pela emissora


Giovanna Antonelli em O Clone
Giovanna Antonelli em O Clone

No ar desde 1965, a Globo já produziu e exibiu mais de 300 novelas nas faixas das seis, sete, oito, nove, dez e onze. Muitas delas fizeram sucesso e chegaram a parar o Brasil em determinados momentos. O que pouca gente sabe é que algumas dessas tramas escaparam, por pouco, de ir para na lata do lixo, pelos mais variados motivos.

Confira na lista de hoje:

Roque Santeiro

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O primeiro caso emblemático ocorreu em 1975, quando a emissora investiu pesado para comemorar seus 10 anos. O canal produziu a novela Roque Santeiro, que estrearia em 27 de agosto daquele ano.

No entanto, a trama de Dias Gomes foi censurada pelo governo no dia em que estrearia, obrigando a improvisação de uma reprise tapa-buraco de Selva de Pedra enquanto Pecado Capital foi feita às pressas.

O roteiro poderia ter ficado na gaveta para sempre, mas a Globo acabou fazendo a novela em 1985, transformando-a num dos maiores sucessos da história da televisão brasileira.

Pantanal

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Alguns anos depois, Benedito Ruy Barbosa, que já havia tido uma recusa para Os Imigrantes, que acabou fazendo na Band em 1981, ofereceu para a Globo uma trama que se ava no inexplorado Pantanal brasileiro.

Apesar de gostar da ideia, os diretores da Globo sempre recusavam dar andamento na sua produção, por motivos diversos, incluindo altos custos e dificuldades para gravações naquela localidade.

Após deixar a Globo, Benedito quase fechou com o SBT, que preferiu investir na fracassada Cortina de Vidro (1989). Mas o autor acabou encontrando as portas abertas na Manchete, que estreou a trama em 27 de março de 1990, graças à insistência de seu autor. Muito tempo depois, em 2022, a novela finalmente foi exibida pela Globo, que produziu uma nova versão.

Por Amor

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Manoel Carlos apresentou a sinopse de Por Amor para a Globo em 1983. Anos depois, em 1991, quando o autor retornou para a emissora, após períodos na Manchete e na Band, foi solicitado que finalmente desenvolvesse a história para a faixa das seis. Mas, como Maneco queria mostrá-la na faixa das oito, acabou criando outra novela, Felicidade.

Depois, Por Amor quase foi feita em 1995, novamente às seis, mas acabou cedendo o lugar para História de Amor. A trama finalmente foi produzida em 1997, afastando qualquer risco de ser engavetada sem nunca sair do papel.

Laços de Família

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Indiretamente, uma mudança de História de Amor acabou garantindo a existência de Laços de Família, exibida entre 2000 e 2001 pela Globo, pela menos da forma como a conhecemos.

O triângulo amoroso envolvendo Helena (Vera Fischer), Edu (Reynaldo Gianecchini) e Camila (Carolina Dieckmann) estava na sinopse original da novela das seis, com Helena (Regina Duarte), Carlos (José Mayer) e Joyce (Carla Marins).

No entanto, a trama foi alterada por determinação do Ministério da Justiça. Além disso, o próprio Manoel Carlos declarou que a história não era compatível com a faixa das seis. Dessa forma, acabou sendo a premissa para criar Laços de Família cinco anos depois.

O Clone

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Um dos grandes sucessos de Glória Perez, O Clone tinha o islamismo entre seus temas, o que foi considerada uma abordagem delicada por muita gente dentro da Globo.

Pouco antes da estreia, para complicar, aconteceram os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. A mídia especulou que o tema seria retirado da trama ou, até mesmo, que a novela seria suspensa, mas nada disso aconteceu.

"Não houve reunião, nem haverá alteração, porque, como já foi dito, a trama da novela é um romance", declarou o então diretor da Central Globo de Comunicação, Luis Erlanger, ao Jornal do Brasil de 13 de setembro de 2001.

Após dias de tensão, a emissora manteve tudo como estava e O Clone foi lançada em 1º de outubro daquele ano, obtendo enorme êxito na faixa das oito.

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